A Gazeta Mercantil TV, Thereza Collor e eu.

Estava em pleno vôo entre Brasília e São Paulo quando olho para a poltrona ao lado e vejo um amigo da época das calças curtas.

Luiz Fernando Levy.

Luiz Fernando Levy - Presidente da Gazeta Mercantil

Por toda uma vida sou grato a seu pai Herbert Victor Levy e por extensão a ele. Foi o único amigo de meu pai que deu a mão forte que ele precisava naquele longínquo ano de 1963. 

Com um gesto de solidariedade, Herbert Levy proporcionou ao meu velho pai as condições financeiras de reconquistar seu Jornal, tirado a fórceps pela turma de Carvalho Pinto, então governador de São Paulo, por um decreto estadual restringindo à cota do papel-bobina, que à época era importado. Isto numa quinta-feira, sendo que o jornal era impresso da noite de sexta feira até a madrugada de domingo. As bobinas ficaram retidas na alfândega de Santos e o jornal só pode continuar, mediante uma chantagem maquiavelicamente urdida pelo bando do então governador.

Jornal Shopping News

Foram quatro anos de angústia e sofrimento daquele jornalista, que por ironia da vida, havia colaborado com a campanha de Jânio da Silva Quadros à presidência da República, reforçando assim, as bases políticas de Carvalho Pinto. Vejam só.

Herbert Víctor Levy - Fundador do jornal Gazeta Mercantil

Meu pai saia do escritório do Herbert Levy, no prédio do Banco da América, de sua propriedade, a caminho das Lojas Cássio Muniz, onde ficava Hélio Muniz, um dos laranjas do ex governador. Após negociarem por muito tempo a compra do jornal e, com o apoio significativo de Herbert ,vinha meu pai caminhando pelo viaduto do Chá, em São Paulo, de certa forma feliz, pois já possuía as condições necessárias para a conclusão do negócio. 

Rubens Prestes Mattar- fundador do jornal Shopping News-1950

Pois foi ali, naquele símbolo de São Paulo, no velho viaduto, que ele sofreu um enfarto e na seqüência mais quatro outros e assim se foi, deixando para mim, seu filho, exemplos de luta, dignidade, bravura e superação.

Justo ele, que ao ajudar tantos e tantos, foi deixado só pelos seus “amigos” que, acovardados e de cócoras com suas fraquezas, cumpliciaram-se com a covardia, a traição, oportunismos chulos e se tornaram, na minha visão, pessoas de segunda categoria.

“Amigos” de fora e de dentro de minha família.

Quando vi Luiz Fernando ao meu lado, no avião, fiquei feliz, pois fazia anos que não tinha contato com ele.

Abraçamos-nos forte e na saída ele me perguntou:

O que vamos fazer juntos? Foi o suficiente para me entusiasmar.

Sede da Gazeta Mercantil.

Gostava dele. De verdade. Seu pai foi o fundador do jornal Gazeta Mercantil e o Luiz Fernando estava no comando da empresa.  Sinto gratidão e simpatia pela figura do Lisfa… seu apelido.  Apesar de estar finalizando um filme começamos a conversar e daí, tempo depois, estávamos criando a Gazeta Mercantil TV.

Meu entusiasmo cresceu à medida que eu percebia as tantas dificuldades que teriam que ser superadas. Este é meu feitio. Desafios. Superação. Estava querendo fazer o melhor trabalho de implementação de uma televisão em meu já extenso currículo nesta área.

Minha estratégia era a de não ser um Hardware, mas, produzirmos conteúdo, tanto para o mercado financeiro que já era o forte daquele jornal, como também produtos genéricos e criativos, puxando sempre para o exercício mental do público espectador.

Esta era minha proposta.

Conversei muito com o Luiz Fernando e tocamos a TV pra frente.

A vidinha seguia, preparava as condições próprias de infra-estrutura, contratação de pessoal e principalmente, conhecer a fundo a empresa Gazeta Mercantil, seus problemas, suas virtudes e sua extensão como empresa.

Ângela Rodrigues Alves, a esquerda

Precisava de alguém, sem os vícios do sistema para gerenciar a produção, pois pouco tempo eu teria para isto. Lembrei-me de um dia estar na produtora de Ângela  Rodrigues Alves, querida amiga, uma irmã e verdadeira companheira .Observei uma moça ao canto trabalhando , muito comunicativa e voltada à produção. Aquela impressão ficou em minha memória.

Tempos mais tarde liguei para a Ângela e perguntei se poderia roubar dela aquela sua funcionária que eu ficara bem impressionado. Ela disse que a fulana não trabalhava mais lá, pois havia tido um desentendimento qualquer com a sua superior hierárquica e daí a saída da empresa…

Fiquei um pouco frustrado.

Sérgio Mattar e Valéria Monteiro

A seguir :  Convidei Gianfrancesco Guarnieri , Thereza Collor e Valéria Monteiro.

 
 
 
 
 
 
 
 

Sergio Mattar e Thereza Collor de Mello

Sergio Mattar e Thereza Collor de Mello

Sérgio Mattar e Gianfrancesco Guarnieri

6 comentários sobre “A Gazeta Mercantil TV, Thereza Collor e eu.

  1. Oi Sérgio,
    muito interessante suas experiências…. uma vida muito rica!
    Divida conosco sua vivência… histórias que nos enriquecem.
    Escreva, escreva sempre!
    bjs

  2. Olá meu caro Sérgio.
    Sou jornalista aqui no RS. Durante 15 anos fui correspondente da Gazeta Mercantil aqui no Sul. Agora, em vias de me aposentar, estou recolhendo a documentação que o INSS pede. Para isso, preciso encontrar alguém da GZM. Como vi no seu blog a sua ligação com o Luis Fernando, pergunto se você possui algum contato dele para eu poder pedir um formulário chamado PPP, padrão do INSS. Se puder ajudar, agradeço.
    Guilherme Arruda – guilherme.arruda@terra.com.br Tel. 54 3028-0952

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