Estávamos vivendo os primeiros anos da década de sessenta.
Havia algo incomum no “ar”
Com o término da segunda Grande Guerra em 1945, movimentos político-ideológicos emergiam dos arcabouços do poder.
A guerra fria dava sinais de força e prosperidade…
O enfrentamento ideológico tornava-se iminente nos subterrâneos das sociedades mundiais.
Os jovens mal entendiam seus pais.
As tragédias da guerra refletiam dentro de nossos lares, e as feridas ardiam em fogo brando…
As famílias exibiam um respeito formal, rígido e severo à sociedade, próprio de um Teatro de Operações.
Mando e poder, força e disciplina, castigo e obediência. Esta era a relação entre as patentes militares…
Esta era a relação entre pais e filhos…
Era uma evidente discrepância entre as gerações do pós-guerra.
Os medos e temores de nossos pais deram lugar a um sentimento de liberdade, tão sonhado por tantos meninos e meninas rebeldes que, sem uma causa definida, teimavam em enaltecer a paz e o amor, sentimentos delicados, sufocados pela indignidade nojenta da guerra.
Os sons soturnos das músicas de lamento, dos pianos afagados por mãos cansadas e talentosas dos músicos da noite, os sonhos da boêmia ébria, de fracassados amantes, das meninas da Lapa, das cortesãs e dos proxenetas, que sorrindo, acharcavam seus clientes na lama do submundo da prostituição, subtraindo até a já escassa moral das noites pagãs.
E assim continuavam os anos de 1930 a 1960…. nostálgicos!
A seguir: Os Anos Dourados