…Meu querido irmão.

 Rubens era o mais velho dos três irmãos, muito parecido comigo na aparência, impressionantemente parecido.

Meu pai com o Binho no colo.

Um menino que gostava de bola, da vida e de gente. Sorria o sorriso dos anjos, puro, sincero e ingenuamente belo. Rubens era também o nome de meu pai, o que me trazia muito orgulho. Brincávamos os irmãos nos jardins da casa, e sempre o “Binho”, seu apelido, era o mais engraçado e o mais palhaço. Riamos muito com ele.

Não sei como tudo aconteceu. De repente ele começa a atrofiar, se torna débil naquela maldita cadeira de rodas, só balbucia algumas palavras mas, nunca perdia aquele seu sorriso. Ele acompanhava com o olhar e com pequenos gestos de cabeça, os seus irmãos brincando na vida, a mesma vida que o estava abandonando, lenta e duramente penosa.

Ele sofria, eu sabia, mas como que por “encanto” aquele seu sorriso amenizava a dor da gente. Meus pais choravam muito e quem mais força dava a eles era meu irmão querido, já quase nas mãos de Deus.

Binho, hoje um anjo, me deixou muitos ensinamentos, mesmo para uma criança de pouco mais de seis anos de idade, como eu. 

Sérgio e Roberto Mattar

3 comentários sobre “…Meu querido irmão.

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