Fundação da TV Pirata – parte 3

 A Reunião propriamente dita

 Por um momento não sabíamos o que falar.

Houve um silêncio generoso.

 Queríamos fazer algo na linha editorial do jornal “Planeta Diário” com a dinâmica da comunicação eletrônica. Sabíamos que o público da televisão não seria necessariamente do mesmo perfil do público do jornal.

 Claro, não pensávamos em nos censurar por isso.

A criação é livre. Aberta à mente.

Isto era ponto de partida para quaisquer idéias.

Nada de “castramentos intelectuais”. 

Mas, como produzirmos idéias “mais rebuscadas e descontraídas” se o princípio da comunicação aberta é a do entendimento para o grande público?

 Começava aí aquela retumbante reunião.

A troca de idéias, insultos, termos de baixíssimo calão e eventualmente, alguns momentos de ligeira calmaria dava o tom daquele encontro de amigos.

 Passado um tempo o “Wandergleyson Show” começava a nascer e a fluir com muita naturalidade.

Os meninos realmente eram geniais.

A facilidade com que as idéias brotavam era espantosa.

 Eu estava apaixonado pelo que acontecia. Tinha cheiro de tinta fresca no ar. Para um experiente profissional do jornalismo e da televisão me sentia renascendo.

 Imaginem três honoráveis rapazes, em seus imponentes gabinetes de trabalho, gerindo burocracias e cálculos, todos os dias, das oito da manhã às seis da tarde.

Parece que mudei de assunto?

 Pois é, estes meninos da reunião com suas piadas geniais, hilárias e contundentes eram até as seis da tarde, disciplinados funcionários do BNDES e que, a partir daí, ao entrarem no prédio da Rua Senador Dantas, atrás do Teatro Municipal do Rio, na redação do Planeta Diário, transformavam-se neste grupo versátil de humoristas que, hoje, todo o Brasil conhece, respeita e se diverte.

 Sou fã deles.

3 comentários sobre “Fundação da TV Pirata – parte 3

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