Antártica: Uma viagem fascinante – parte 3

 

04: horas da madrugada

Partíamos de Punta Arenas em direção à Antártica. O Navio Professor Besnard levantou ferros pouco antes do Barão de Teffé, onde me encontrava.

Nossa aventura se iniciava verdadeiramente ali. Eu sabia o que me esperava. Tinha boas informações sobre o Canal de Beagle, o Cabo Horn e finalmente o estreito de Drake, considerado o mar mais truculento dos mares.

Ainda era noite. Estávamos todos eufóricos e ao mesmo tempo tensos. Alguns dos cientistas tentavam demonstrar descontração e bebericavam no canto do bar.

Outros, e aí me incluo, estávamos ligados em cada passo que daríamos dalí pra frente… Começava as manobras dos rebocadores, tirando do Píer de Punta Arenas o Bom e Velho Barão. Foi muito interessante a nossa partida. Havia algumas “Moças” do cais fingindo saudades e gritando pelo nome do Capelão do Navio. Os marinheiros e oficiais sempre faziam esta brincadeira. Convidavam as mulheres “portuárias” para fingirem-se melodramáticas com alguém previamente escolhido por eles e, assim se criar um clima de imenso constrangimento. Imaginem comigo… Toda a tripulação perfilada, de branco no convés, em sinal de continência e, aquelas senhoras desempenhando aquela cena surreal. Foi muito engraçado.

Enfim o Canal de Beagle. O clima rapidamente ficara tenso. As ondas começavam a demonstrar seu descontentamento por nossa invasão em seu território. O vento frio atormentava nossos rostos. Nada nos fazia esmorecer. Queríamos ficar no convés para apreciarmos de perto aquele templo de tantas e tantas histórias.

O dia acabara de raiar. A atmosfera estava repleta de “FOG”… Parecia um filme de final trágico. Beagle foi palco de guerras sul-americanas, entre Argentina e Chile. Navegamos por cerca de 240 km. As principais regiões habitadas nas margens do canal são Puerto Willians no Chile e Ushuaia, na Argentina. Estávamos enfurnados na Patagônia…

Uma viagem à Terra do Fogo significa ir parar naquele último extremo de terra do continente sul-americano na Argentina e no Chile, que até lembra o rabo de um dragão. É também ter diante dos olhos montanhas com picos nevados e pontos geográficos importantes. Este cenário de Natureza cruel é capaz de reverenciar os expedicionários que estão e estiveram no “fim do mundo”, em busca da passagem entre os oceanos Atlântico e Pacífico.

Cabo Horn. ”O o último cenário das Américas ao sul do planeta”…

Um comentário sobre “Antártica: Uma viagem fascinante – parte 3

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *