Gazeta Mercantil: Disputas internas e o declínio de uma empresa

Trabalhei em lugares onde haviam verdadeiros montros travestidos de bons moços e moças. Eram  atoleiros da moralidade profissional e pessoal.

Era gente que se estabelecia nestes lugares com finalidades convergentes:  A delinquência em todos seus malfeitos.
O ratismo é uma praga rasteira que se prolifera nos rodapés e no submundo do seu trabalho.
Ele, sempre imponente e altivo, teatraliza a personagem do seu melhor amigo, do sério dos sérios, arrotando palavras de aparente decencia e indiscutível moral.
São escroques profissionais qualificados no que fazem, com mestrado em bandidagem e transgressões gerais. Se estabelecem sistematicamente em cargos de mando, diretorias, gerências e assim por diante. Adoram o poder. Veneram seus patrões, desde que, quando acompanhados de seus respectivos dinheiros, claro.

Porém, jamais trabalhei em ambiente tão propício para a auto-locopletação como neste tradicional diário de economia.

Uma empresa jornalística que nos dava paramêtros sobre negócios, economia e finanças, e que ironicamente suicidou-se comendo da comida das ratazanas.
Fez-se de certa maneira justiça pelas próprias entranhas.

No meu caso, além dos malfeitores instalados anteriomente na empresa , também no meu próprio pessoal, na gente que eu levei e que ficava a milímetros de mim, algumas ratazanas se apresentaram. Masculinas e femininas. Algumas de tradição outras nem tanto, porém se achavam. Como deleguei o poder, imediatamente o delinquente interior de cada um veio à tona.

Poderia entrar em detalhes sobre esta experiência dramática, porém, em respeito aos meus amigos de sempre, amigos de tantas lutas em outros campos de batalhas, me silencio ao tempo da razão.

O “Rasga Coração” foi um sucesso como proposta e realização.

Continuarei, com meus amigos e colegas esta obra de Guarnieri, de Dorival Dellias, Bernadete,do elenco querido, pessoal da técnica, da maquinaria, maquiadores, cabelereiros, continuista, enfim, a todos os generosos profissionais que desde sempre, caminhamos juntos pelo oficio do fazer, do construir, do realizar.

Sempre realizar.