Na rodoviária,de volta para o Rio, Rose deu um longo abraço em sua mãe. No ônibus, sentada junto à janela,chorava e a olhava achando que essa seria a última vez que a veria.
Pouco antes do ônibus partir para o Rio ela avisa Rose que o sobrinho tinha chegado das férias na Bahia e que fosse lá visitá-lo.
Nair sabia do seu imenso amor por ele, e que vê-lo traria um pouco de alegria naquele coração.
O ônibus partiu em direção ao Rio e, pela janela,Rose via os olhos da sua mãe marejados, misturando-se com uma estranha esperança.
Deu tchau e, sem olhar pra trás seguiu viagem.
Desceu a serra chorando até dormir.
Da rodoviária no Rio foi direto para sua casa afim de se despedir do menino.
Ela estava ansiosa por revê-lo. Passado tanto tempo imaginando como deveria estar grande.
Tinha que falar com ele escondido e rapidamente, pois sua irmã ,Mary, nunca deixava que se aproximassem muito.
Quando ele era pequeno, Rose o roubava e o colocava no carro para dar umas voltas e, assim, exercer seu papel de tia por um tempo.
Na volta era aquela briga, mas sempre achava que valia a pena o “rapto de amor”.
Para vê-lo tinha de se encontrar com ele na portaria do prédio. Pedia ao porteiro que interfonasse solicitando ao sobrinho que descesse. Precisaria ser um encontro rápido, antes que Mary percebesse e com o assobio da família o mandasse subir.
O porteiro avisou que o sobrinho estava lhe esperando para que ela subisse. Ela subiu bastante cismada imaginando que algo teria acontecido.
A porta se abriu e Rose percebeu o quanto tinha crescido, ultrapassando sua altura, e o beijou.
Viu sua irmã sentada no fundo da sala, emburrada, e se arrependeu de ter ido ali.
Ela começou a falar como se estivesse continuando a mesma briga de um ano antes, daí lhe disse do que estava falando. Atordoada, deu outro beijo e foi embora chorando. Dentro do elevador sentiu que de tudo que lhe aconteceu o que mais lhe doía era a desunião de sua família, o resto ficou pequeno.
Ela estava desesperada, andando sem rumo, indo parar na Rua Hilário Gouveia, em frente a casa de Hanna, uma amiga. Ela lhe deu um calmante e dormiu.