Rose di Primo: “A musa de todos nós” – parte 8

“Despedidas”
   Sua mãe preocupada, ligou chamando para passar um final de semana com ela em Campos do Jordão, descansando. Aproveitaria o convite para se despedir e “descansar”.Passou três dias na casa dela chorando.Nair, sua mãe não sabia como lhe ajudar, e o pior, era que desconhecia suas intenções. Não podia morar com ela por causa de seu padrasto, militar, com seus hábitos muito firmes e enraizados. Sabia que não daria certo. Não tinha esta esperança.

Praia de Copacabana

Na rodoviária,de volta para o Rio, Rose deu um longo abraço em sua mãe. No ônibus, sentada junto à janela,chorava e a olhava achando que essa seria a última vez que a veria.

Pouco antes do ônibus partir para o Rio ela avisa Rose que o sobrinho tinha chegado das férias na Bahia e que fosse lá visitá-lo.

Nair sabia do seu imenso amor por ele, e que vê-lo  traria um pouco de alegria naquele coração.

O ônibus partiu em direção ao Rio e, pela janela,Rose via os olhos da sua mãe marejados, misturando-se com uma estranha esperança.

Deu tchau e, sem olhar pra trás seguiu viagem.

Desceu a serra chorando até dormir.

Da rodoviária no Rio foi direto para sua casa afim de se despedir do menino.

Ela estava ansiosa por revê-lo. Passado tanto tempo imaginando como deveria estar grande.

Tinha que falar com ele escondido e rapidamente, pois sua irmã ,Mary, nunca deixava que se aproximassem muito.

Quando ele era pequeno, Rose o roubava e o colocava no carro para dar umas voltas e, assim, exercer seu papel de tia por um tempo.

Na volta era aquela briga, mas sempre achava que valia a pena o “rapto de amor”.

Para vê-lo tinha de se encontrar com ele na portaria do prédio. Pedia ao porteiro que interfonasse solicitando ao sobrinho que descesse. Precisaria ser um encontro rápido, antes que Mary percebesse e com o assobio da família o mandasse subir.

O porteiro avisou que o sobrinho estava lhe esperando para que ela subisse. Ela subiu bastante cismada imaginando que algo teria acontecido.

A   porta se abriu e Rose percebeu o quanto tinha crescido, ultrapassando sua altura, e o beijou.

Viu sua irmã sentada no fundo da sala, emburrada, e se arrependeu de ter ido ali.

Ela começou a falar como se estivesse continuando a mesma briga de um ano antes, daí lhe disse do que estava falando. Atordoada, deu outro beijo e foi embora chorando. Dentro do elevador sentiu que de tudo que lhe aconteceu o que mais lhe doía era a desunião de sua família, o resto ficou pequeno.

Rua Hilário de Gouveia – Copacabana

Ela estava desesperada, andando sem rumo, indo parar na Rua Hilário Gouveia, em frente a casa de Hanna, uma amiga. Ela lhe deu um calmante e dormiu.

 

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