Rose di Primo: “A musa de todos nós” – parte 10

Lembrou-se dos seus quinze anos…

 

Wagner Montes

Wagner Montes fazia parte da sua turminha, apesar de ser um ano mais novo. Ele era muito inteligente, esperto e seu parceiro de dança predileto. Ele tinha paixão pelo Mariel Mariscott que era seu ídolo, mas também era garoto e gostavam de sair em bando para dançar. Por isso tinha o maior cuidado quando saia comigo; sabia que ele ficava de olho. Mariel sabia que Rose tinha que conviver com gente da sua idade e também pelo fato de que gostava do Wagner, ficava tranqüilo.

 

Apesar de Mariel e Rose estarem brigados ela ainda o considerava seu namorado.

 
 
 

 

Ademir e Big Boy – DJs

Havia um concurso de dança no Canecão, era o “Baile da Pesada”, com Big Boy e Ademir, os DJs feras da época.

 

Apesar do nome do baile era para adolescentes – das 16:00 às 22:00. Rose e sua turma iam todo final de semana, e Mariel mandava um dos homens dele, o “Cromado”, tomar conta dela. – “Vai lá e vigia a mocinha”.

Ele sempre chamava Rose desta maneira, quando estava zangado com ela. Era engraçado ver o “Cromado” lá, disfarçando e vigiando a Rose.

 
 
 

 

Rose di Primo

No aniversário de quinze anos de Rose, Dona Nair, sua mãe, fez uma festa em casa. Juntou toda turminha do prédio, suas amigas, as de Edy, de Lucinha, a turminha do cursinho e todo pessoal do Mariel.

 

Foi aquela coisa bem diferente, polícia misturada com garotada e família. Foi a primeira vez que Rose experimentou cerveja… Detestou. 

 
 
 

 

Mariel Mariscott de Mattos – Líder do Esquadrão da Morte

Mariel Mariscot morava num apartamento conjugado, na Prado Junior, e Rose foi levada lá muitas vezes por ele. Lá ele estudava seus planos para pegar bandido, Rose arrumava a bagunça, viam televisão, brincavam e, quando ele dormia, ela ficava olhando seu descanso. Mas não tinham relações.

 

Volta e meia ela perguntava coisas sobre sexo, virgindade e ele, sem graça ia lhe explicando.

Dava risada com as caras que Rose fazia, era cuidadoso e carinhoso com ela, em tudo. Sabia que se ela fosse dele, ele seria só dela.

Rose se tornou uma companheira do Mariel em quase tudo, até mesmo em algumas situações de batida. Uma vez ele foi dar uma batida no morro e depois de muito insistir ele a levou. Rose ficou no carro e eles subiram. Num dado momento Mariel assobiou conforme o combinado. Rose subiu o morro e trouxe consigo pacotes de drogas para colocar no carro, sem saber o que era aquilo.– Isso aqui é maconha. Você jamais fume isso! E isso aqui é cocaína. Jamais cheire isso! E se alguém lhe oferecer, você me avisa e identifica a pessoa.

Pôs um pouco daquele pó na língua da Rose e ela logo ficou dormente.

“– Ai a minha língua! Não estou sentido a minha língua!”

 
 
 

 

Mariel Mariscott de Mattos

Mariel ria muito, aliás, ele vivia rindo das suas caras e reações diante de situações inéditas ou que ele mesmo provocava…

 

Rose mantinha seu olhar fixo em um rouxinol próximo à sua janela. Tudo foi voltando à realidade. Sua irmã, Tharik, Jesus, a igreja…

Não se apercebera que estava sozinha no apartamento. Seus pensamentos a haviam levado para tempos distantes… Não notara a saída de Tharik e sua irmã Edy.

“- Onde vou achar um revólver?”

Rose não tinha desistido da idéia de morrer.

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