Os anos eram os de 1928.
Ele tinha só doze anos e estava aboletado naquele caminhão de bananas, só Deus sabe em direção de onde!
Eram e foram tantas as palmatórias levadas naquele internato religioso, que a fuga foi sua opção. Ele se escondeu por debaixo daquela lona que protegia a carga e lá ficou por incontáveis dias…
Filho de família abastada, neto da “Rainha da Madeira” no sul do país, tinha um futuro certo pela frente, talvez a de um advogado, médico ou coisa que o valha.
Era de família boa e rica. Muito rica.
Será que um moleque aos doze anos não tem o sentido da ambição?
Da herança? Da fortuna fácil e segura?
De um provável casamento conveniente… à família?
Não sei…Talvez não.
Ele se chacoalhava todo por debaixo daquela lona, agora já nas proximidades do Rio de Janeiro. O caminhão era um verdadeiro herói.
Saíra de Ponta Grossa no Paraná e, “as duras penas” chegava no estado da Guanabara, inteiro.
Inteiro e com meu pai dentro.
È, o menino fujão era meu velho pai.