“A Saga” – Parte I

 

 
 

Rubens Prestes Mattar, jornalista

Os anos eram os de 1928.

 

 

Ele tinha só doze anos e estava aboletado naquele caminhão de bananas, só Deus sabe em direção de onde!

Eram e foram tantas as palmatórias levadas naquele internato religioso, que a fuga foi sua opção. Ele se escondeu por debaixo daquela lona que protegia a carga e lá ficou por incontáveis dias…

Casa da fazenda -1920

Filho de família abastada, neto da “Rainha da Madeira” no sul do país, tinha um futuro certo pela frente, talvez a de um advogado, médico ou coisa que o valha.

Era de família boa e rica. Muito rica.

Será que um moleque aos doze anos não tem o sentido da ambição?

Da herança? Da fortuna fácil e segura?

De um provável casamento conveniente… à família?

Não sei…Talvez não.

Ele se chacoalhava todo por debaixo daquela lona, agora já nas proximidades do Rio de Janeiro. O caminhão era um verdadeiro herói.

Saíra de Ponta Grossa no Paraná e, “as duras penas” chegava no estado da Guanabara, inteiro.

Inteiro e com meu pai dentro.

È, o menino fujão era meu velho pai.

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