Estudios de novelas em Agua Grande
No dia seguinte, estava instalado em algum lugar daquele imenso galpão, sem nenhum charme, mas que me trazia bem estar e vontade de cumprir minha missão.
Carolina Kasting e Leonardo Vieira
Fui me apresentando aos atores desconhecidos meus, e abraçando efusivamente os contemporâneos de outros trabalhos, alguns até da velha Excelsior. Praticamente não conhecia ninguém daquela equipe técnica e nem eles a mim, só por nome. Do pessoal da produção sabia de alguns por nome, os demais profissionais fui conhecendo aos poucos.
Controle da Manchete
Nunca havia trabalhado, ou sequer visitado a Manchete anteriormente. Para achar os estúdios foi uma dificuldade, até porque, não sou carioca e muito menos levava comigo alguém que conhecesse o lugar. Caminhava entre os vários galpões do antigo depósito de bobinas e as coisas que via, me remetia a um passado distante. Já havia vivido aquele cenário da infância até minha pós adolescência.
Minha família tinha jornal e tudo àquilo lá dentro, de certa forma, eram meus símbolos de uma vida que jamais viveria… aliás, que morreria por ela dezenas de vezes nesta minha vida! Interessante, por ser um Mattar, descendente de libaneses, intimamente achava que nunca seria bem aceito pelos Bloch. Imagine, preconceito desvairado o meu. Fui excepcionalmente tratado naquela empresa de família judaica.
Sentei em minha mesa e comecei a ler os capítulos, de cabeça limpa, sem censuras ou contra conceitos.
Foi um dia,digamos,de muita leitura e de muitos apertos de mãos. Sem saber, estava conhecendo aos poucos, os mais espetaculares profissionais da minha vida profissional…
Adolpho Bloch ganha na justiça o direito de reassumir o contrôle da Rede Manchete 1993
As comparações foram inevitáveis. Minha cabeça começou a não entender muitas coisas.
A Televisão que poderia lutar com a melhor do País, era feita à base de arames, gatos e improvisações mas, com um time de gênios operando aquela fabrica de dramaturgia…
Antes de escrever ou digitalizar (?) sou do tempo da datilografia ..asdfg….dei uma sapeada no seu site e li sobre A Saga e sua andança pela Manchete (o melhor lugar que eu trabalhei até hoje), tinha acabado de fazer Mandacarú com o “cumpadi” Avancini. Já estava doente. Sempre cruzava com ele quando ia dar minha caminhada Leblon/ipanema..a última vez o ajudei a atravessar a Vieira Souto e deixei ele sentado num banco olhando o mar…fui até o Arpoador e na volta ele estava olhando o horizonte e seu lábios se moviam …tenho certeza que estava rezando. Poucos meses depois morreu. Fiz muita coisa com ele. Que DEUS o tenha
Obrigado pelo carinho. Você é DU BEM. BEIJÃO