Antártica: Uma viagem fascinante – parte 1

Uma das minhas funções no ofício de informar é o de deixar para as gerações futuras,  fatos documentados, acontecimentos registrados, sem a preocupação do factual, mas sim, com a profundidade e a paciência que o jornalismo investigativo exige, para perpetuá-los em suas bibliotecas e cinematecas pelos tempos que advirão.

O garimpeiro é aquele peão do trecho que tá sempre pra lá e pra cá, carregando sua “boroca” e tentando acertar num “veio” produtivo que o tire desta vida. Pelo menos é o que ele diz, mas não conheço um que não tenha ganho de manhã e gastado de tarde, procurando mais uma “bamburrada”. (Jubal)

Dezembro de 1983

Eu estava em Porto Velho, capital de Rondônia, realizando um documentário sobre os desvarios que estavam acontecendo nos garimpos às margens do rio Madeira.

Os garimpeiros submersos nas águas turvas do rio, vestiam escafandros, conectados  às balsas na superfície  por um tubo que conduziam seus oxigênios num precário sistema de ventilação entre o mundo exterior e eles, nas profundezas turvas do Madeira.

Era um mundo irreal. A coragem magnânima da ignorância. Faziam aquilo por gramas de ouro. O “Bamburrar” os levavam  ao êxtase…

Pois bem, dentro desta vida folclórica dos garimpos, as verdades se selavam no fundo daquele Rio. Ao encontrar as pepitas, ou uma boa pepita, o garimpeiro puxava por três vezes seguidas uma cordinha ligada à balsa, dando o aviso de seu achado ao dono.

O dono do garimpo é aquele que tem a pista, a cantina e os maquinários. Ganha e perde com a mesma facilidade. (Jubal)

Como as balsas se avizinhavam, por vezes, o mau dono de outra balsa ordenasse ao seu capataz que fizesse o corte do Tubo de Ar daquele que acabara de “bamburrar” a pepita…

O Garimpeiro sumia pelas corredeiras do rio enquanto seu algoz emergia rio acima com a pepita entre os dedos.

Eu estava lá. Não presenciei o fato  mas, tive muitos testemunhos…

De repente… Ao retornar pro hotel onde estava hospedado, havia um recado na recepção.

Dizia: “Entrar em contato urgente com a Marinha” em Brasília. Ligo e, para minha surpresa era um convite para participar da Expedição à Antártica.

Fiquei surpreso e sem saber o que fazer naquela hora.

Janeiro de 1984…

Em 3 de janeiro, partiu do Rio de Janeiro, dando inicio a Operação ANTÁRTICA II, no verão austral 1983/84, a segunda expedição brasileira à Antartica. os Navios Oceanográficos, Barão de Teffé e Professor W. Besnard da USP, transportaram os oito primeiros módulos para a construção da Estação Antártica Comandante Ferraz na Ilha Rei George, Baia do Almirantado.

Na segunda parte: Uma viagem Fascinante.

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