Rose di Primo: “A musa de todos nós” – parte 3

 
 
 
 

Pôr do Sol no rio Tocantins

Era um dia qualquer de 1989.

Convidei Rose para me ajudar no desenvolvimento de uma Televisão em Araguaína, no Bico do Papagaio, norte do Estado do Tocantins.

A princípio achei meu convite meio descabido, pois aquele lugar não era exatamente um paraíso tropical. A barra era muito pesada.

Norte do estado do Tocantins: Bico do Papagaio - Araguaina

Divisa com Maranhão e Pará, o Bico do Papagaio é tido como uma das regiões de maior número de conflitos agrários, onde se vive o verdadeiro faroeste brasileiro, não havendo mocinhos ou heróis, só bandidos graduados. Terra de ninguém.

Foi para este ambiente que convidei Rose di Primo, a prima-dona do nosso tempo.

Por um instante achei que enlouquecera ao fazer aquele convite.

Passados dois dias, porém, me dirigi ao aeroporto para buscar Rose vinda de São Paulo.

Ficamos hospedados num Hotel à beira da estrada Belém-Brasília, base de nossos trabalhos.

Com o passar dos dias Rose, com seu jeito todo peculiar, foi conquistando a todos e

Rose di Primo

 demonstrando arrojo em lugar tão arredio.

Hábil nas artes plásticas e na arte da confecção com tecidos tornou-se rapidamente indispensável ao nosso grupo de trabalho.

Claro, problemas sempre existem, mas, a superação de cada um da nossa equipe fez daquele trabalho momentos de enorme satisfação, aumentando nossa auto-estima e massageando nossos egos profissionais.

Na verdade, o que motivou meu convite à Rose foi afastá-la dos problemas e das pessoas que a atormentavam no eixo Rio – São Paulo. Eu intuía que, apesar dos pesares, aquele afastamento faria bem a minha amiga e querida irmã.  

As noites quentes de Araguaina sugeriam caminhadas pelas ruas e praças daquela cidade tão rude e paradoxalmente tão acolhedora. Estávamos sob as bênçãos da Lua cheia e a unção dos rios Araguaia e Tocantins.

Foram nesses momentos mais calmos dos nossos tempos naquela região inóspita, que trocávamos confidências, experiências, choros, gargalhadas, numa cumplicidade de histórias não reveladas e nunca ditas de ambas as partes. Nossos corações transbordavam nossos sentimentos. Não havia segredos que quiséssemos ocultar um do outro.  

No próximo “post” algumas de nossas confidências…

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