Rose di Primo: “A musa de todos nós” – parte 6

“Orlandinho conhece Glorinha Pires”

Rose recebeu um telefonema do Orlandinho pedindo que ela fosse a Goiânia para fazer um desfile para a grife de sua irmã. Foi a casa dele para combinar a viagem quando liga Glorinha, que acabou indo também.

E lá em Goiânia eles começaram a namorar. Meses depois se casaram no civil e ela começou a gravar a novela “Vale Tudo”.

Rose tinha um ótimo projeto sobre ecologia e resolveu atualizar e reformular a sua apresentação. Pediu à Glorinha que a ajudasse a redigir. Ela foi em sua casa e digitou o projeto para Rose que ficara impressionada em ver sua bondade e simplicidade, uma das melhores atrizes que temos, batendo a máquina te dando uma grande força.

Confiante, foi apresentar seu projeto a um diretor da Globo que não ficou interessado e, desistiu.

O tempo foi passando e tudo que tentava fazer dava errado. Até mesmo chegou atrasada ao casamento de Orlandinho com Glorinha na “Vila Riso”. Mas… foi um casamento lindo, num lugar lindo, com gente linda, para um casal de amigos de alma linda.

Maravilhosa também foi a visita que fizemos ao apartamento de Caetano Veloso. Orlando não escondia sua emoção. Glorinha conversava com Paula e Rose sentada na sala via Caetano comentar alguma coisa da televisão, sentado no chão de short acompanhado de sua simplicidade. Depois chegou seu filho Moreno, acompanhado de Luiza, filha de Chico Buarque, e ficou ali olhando, se sentido no meio de uma constelação numa tarde inesquecível!

Nem tudo porém era maravilhoso naquele tempo. Rose saiu arrasada a visita que fez a Firmino, seu amigo que estava com AIDS. Muito fraquinho, sem voz, sentado na cadeira, Firmino enrolou uma mecha do cabelo de Rose com uma expressão de que fazer aquilo era bonito, tinha importância. Estava sereno e esta foi a última vez que ela o viu. Chorando também em seguida com a morte de Laurinho Corona.

Rose tinha uma paixão”eterna” por Sérgio que, por anos, ele mesmo se intitulava “Lenda Viva” pois os médicos não entendiam como um homem soro-positivo e dependente de drogas podia estar vivo depois de quatorze anos. Em junho de 2000, depois de uma balada com craque ele foi internado com problemas respiratórios. Foi sedado, entubado e no terceiro dia morreu do coração, dormindo como um pássaro.

Rose não pôde ir ao enterro, só lhe restou chorar.

Próximo post: “O Fim se Aproxima”.

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